Rino Malzoni

Inspiração, criatividade, ação: três qualidades que pontuaram a vida de Rino Malzoni e levaram seu nome a adquirir contornos de lenda.

Não faltam histórias sobre Rino Malzoni e os carros que criou e fabricou. Nem sobre os feitos que obtiveram nas pistas, nas mãos de pilotos que também são lendários.

Como acontece com personagens lendários, as histórias, às vezes, não correspondem exatamente ao que acontece e, nesses tempos de Internet, narrativas não muito precisas podem se multiplicar e assumir contornos de verdade. A intenção deste site é mostrar, em resumo e com precisão, a história de Rino Malzoni e dos carros que criou.

Anos dourados

Rino Malzoni criou e construiu seus primeiros carros num galpão da Fazenda Chimbó, no município de Matão, interior de São Paulo. Isso aconteceu no início da década de 1960, quando a indústria automobilística nacional dava seus primeiros passos -uma época marcada por grandes mudanças estruturais e sociais no país e feitos históricos como a construção e inauguração da nova capital, Brasília, “no meio do nada”, em menos de cinco anos.

Rino Malzoni

Na imagem, Rino Malzoni (sentado) e sua equipe durante o desenvolvimento do Puma Volkswagen.

Os primeiros carros brasileiros não eram exatamente entusiasmantes. As primeiras marcas a investir em nosso mercado – que era bastante modesto – foram as europeias, trazendo carros como os Renaults Dauphine e Gordini, o Sedan Volkswagen (mais tarde apelidado de Fusca), os “grandes” Simca Chambord e Aero Willys e os DKW, de porte médio.

Apaixonado por automóveis, Rino Malzoni gostava de transformar os modelos que comprava. Na falta de modelos esportivos no mercado, ele decidiu fazer um por si mesmo. Escolheu como base a mecânica e o chassi do DKW e, com o auxílio de mecânicos e artesãos recrutados na região, criou um modelo único, com linhas inspiradas nos velozes esportivos italianos. E o chamou de GT Malzoni.

Rino Malzoni

Protótipo do DKW Malzoni GT 2+2 Tipo 1 em 1963.

O carrinho, um cupê de quatro lugares com carroceria metálica, era bonito, andava bem e chamava a atenção por onde passava. Emprestado à revista Quatro Rodas, ganhou muitos elogios e, durante os testes, muita gente manifestou interesse em compra-lo. Rino decidiu então fazer uma segunda versão.

O segundo GT Malzoni, ainda feito de chapa de aço, era uma versão bem mais esportiva. O chassi encurtado tornou o carro ainda mais ágil e a aerodinâmica compensava em parte a pouca potência do motor dois tempos de apenas um litro da DKW. Seu projeto foi incentivado pelo piloto Mário César de Camargo Filho, o Marinho, que percebeu o potencial esportivo do carro e não tardou a experimenta-lo nas pistas, em 1964.

Os bons resultados iniciais levaram ao desenvolvimento dos primeiros exemplares com carroceria em fibra de vidro – na época uma tecnologia de ponta – até 150 quilos mais leves que o modelo em aço. Os três primeiros deles foram comprados em 1965 pela equipe de competições da Vemag (Veículos e Máquinas Agrícolas S/A), empresa que fabricava os DKWs no Brasil e logo fizeram sucesso nas competições. Leia mais na página “GT Malzoni – Sucesso nas pistas“.

Começava aí uma rica e fascinante história, que você pode conhecer nas próximas páginas.

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A história completa

A biografia de Rino Malzoni é contada com maiores detalhes no livro Rino Malzoni – Uma vida para o automóvel, do jornalista Jorge Meditsch.

Com 158 páginas, a obra traz também depoimentos exclusivos de amigos e pilotos que conviveram com Rino, além de dezenas de fotos de seus carros.
O livro pode ser adquirido em livrarias ou através do site da Editora Alaúde (www.alaude.com.br).